O senador McCain, controleiro norte-americano para o terrorismo,
escutado pelo chefe do Estado Islâmico, Al-Baghdadi
O ANIVERSÁRIO
Diz-se que a História é escrita pelos vencedores, mas nos
tempos que correm ela é igualmente obra de imbecis e mentirosos amestrados no
obscurantismo da propaganda. No caso da guerra civil síria, como ainda não há vencedores,
apenas centenas de milhares de vencidos cujas vidas foram sacrificadas aos
riscos de sangue com que se redesenha o mapa do Médio Oriente, prevalecem as
sentenças tão delirantes, como idiotas e mistificadoras dos papagaios de
serviço às ordens dos que alimentam o conflito enquanto apregoam a democracia e
os direitos humanos.
Vamos então a factos, agora que se completaram quatro anos
sobre a data do início da guerra estabelecida pelos que a relatam torta e por
linhas tortas.
É mentira que a guerra tenha começado porque o regime da
família Assad reprimiu manifestações inseridas naquilo a que convencionou
chamar-se “primavera árabe”, e que aliás deu excelentes resultados como sabemos
pelos exemplos do Egipto, da Líbia, do Bahrein, do Iémen e fiquemos por aqui
para não termos de nos alongar sobre países que vivem sob esplendorosas
primaveras como a Arábia Saudita, Qatar, Emirados Árabes Unidos, Jordânia,
Iraque. Por muito que estas palavras possam vir a ofender os olhos de quem anda
a ver demasiados telejornais, as acções das tropas de Damasco foram provocadas
pelo facto de grupos terroristas injectados no território sírio ao serviço de
países estrangeiros, os suspeitos do costume, terem cavalgado sobre as
intenções genuínas dos manifestantes, adulterando-as, a exemplo do que
aconteceu na Líbia, com os resultados conhecidos. Não é por acaso que um dos
terroristas favoritos da NATO em território líbio, Abdelhakim Belhadj, se
transformou num dos angariadores de mercenários islâmicos para a guerra civil síria.
Leitores medianamente informados não ignoram que o ovo da
pestilenta organização que dá pelos nomes de Isis, ou Daesh, ou Estado Islâmico
foi chocado na guerra civil síria pelos chamados “amigos da Síria” e da senhora
Clinton a rogo do senhor Obama e do complexo militar industrial que governa os
Estados Unidos e o mundo. Eles, esses tais amigos, insistem em dizer que os
dinheiros, as armas, o recrutamento e as facilidades de treino por eles
providenciados aos terroristas infiltrados na Síria, “libertadores”, como lhes
chamam”, se destinavam aos “moderados”, mas a História – não a recitada pelos
papagaios travestidos de jornalistas – revela que entre esses “moderados” e a
Al Qaida ou Al-Nusra, ou Daesh, ou Estado islâmico ou Isis não existem
diferenças porque os primeiros não passam de uma capa ténue incapaz de cobrir o
resto, resumindo-se tudo numa palavra: terrorismo.
É de terrorismo que trata a guerra civil síria, essa é a
verdade que se tenta esconder em mais este aniversário de uma operação
criminosa alimentada pelos que proclamam a paz e a democracia sob as insígnias
dos Estados Unidos da América e da União Europeia recorrendo aos prestáveis
serviços do terrorismo israelita e dos seus aliados de reconhecidas virtudes
democráticas como a Arábia Saudita, o Qatar e a Turquia, imprescindível pilar
da NATO. Há poucos dias, um oficial israelita, dito Johnny entre os confrades,
foi abatido pelo exército sírio nos Montes Golã quando prestava apoio a uma
unidade dos “moderados” do Exército Livre da Síria directamente controlada pelo
exército israelita. Para que não se pense, porém, que a generosidade israelita
se esgota nesses tais “moderados” recordem-se as informações divulgadas pela
própria imprensa israelita dando conta de que o primeiro-ministro Netanyahu não
hesita em visitar terroristas do Isis, Daesh, Al Qaida, Al Nusra, o que for,
nos hospitais israelitas onde são tratados aos ferimentos sofridos durante as
operações contra o povo sírio montadas a partir dos Montes Golã, ilegalmente
ocupados por Israel. Notem bem que isto se passa com um chefe de um governo que
“não dialoga com terroristas” – na verdade apenas os cumprimenta e lhes estima
as melhoras.
Histórias como estas não fazem parte das montagens oficiais
sobre o aniversário da guerra civil síria distribuídas pelas centrais
terroristas de propaganda e recitadas por mentirosos amestrados. E, contudo,
elas existem.