QUANDO
OS FASCISMOS SE JUNTAM
Batalhão Dudayev… Batalhão Sheik Mansour… A menção
destas designações podem conduzir-vos em pensamento para alguma das muitas
guerras em curso para espalhar o caos no Médio Oriente… Síria, Líbia, quiçá
Iémen…
Ou, se vos parecer demasiado óbvio, poderão esmiuçar
memórias mais arcaicas relacionadas talvez com os Balcãs… eventualmente na
Bósnia, ou se calhar no Kosovo.
Se raciocinou assim não acertou. Trata-se de dois
batalhões actuando na Ucrânia, no Leste e Sudeste da Ucrânia, sob as bandeiras
do ISIS, Daesh ou Estado Islâmico, em colaboração com os batalhões nazis e com
o exército regular ucraniano, sob o chapéu protector do Comando Supremo Aliado
da NATO na Europa.
Parece teoria da conspiração? Parece, mas não é; os
factos são reais e estão confirmados: o ISIS combate na Ucrânia contra “o
separatismo” russo e tem agenda própria, como testemunhou o cineasta polaco
Marcin Marnon, em contacto local com os seus chefes: usar a Ucrânia como base
para espalhar o terror na Europa. Não digam que não fomos avisados.
São pelo menos três os batalhões de mercenários do ISIS
espalhando o terror na Ucrânia, enquadrados pela junta que os Estados Unidos e
a União Europeia instalaram em Kiev: Batalhão Dudayev, no Donbass; Batalhão
Sheik Mansour, em Mariupol; e Batalhão Crimeia, em Kramatorsk. São formados por
terroristas com experiência desde a guerra separatista na Chechénia contra o
exército russo até às mais recentes, na Síria e na Líbia. Marcin Marmon
seguiu-lhes a pista através de um contacto em Istambul que controla o fluxo de
mercenários chegados de todo o mundo, e cujo sonho é levar a jihad a todo o
mundo, redistribuindo-os em seguida pelas várias frentes de acção. Ficamos pois
a saber, como se já não soubéssemos, que o quartel-general de distribuição do
terror funciona na Turquia, um Estado membro da NATO, de que aliás é
considerado um pilar estratégico.
Na Ucrânia, o ISIS luta preferencialmente ao lado dos
batalhões do Sector de Direita, organização banderista – de Stepan Bandera, o
mais conhecido carniceiro ucraniano ao serviço de Hitler – que gere o aparelho
militar e de segurança do Estado: Batalhões Azov, Aidar, Donbass… Por detrás
destes grupos terroristas, como Marcin Marmon comprovou, está a carismática
figura do oligarca Kolomoisky, representante da junta de Kiev nas regiões do
leste e sudeste do país e também empregador, como administrador das suas
empresas, de Hunter Biden, filho do vice-presidente dos Estados Unidos da
América, Joe Biden.
Não é de agora a colaboração fraternal entre os
terroristas chechenos arregimentados pelo ISIS e o Sector de Direita ucraniano.
Isa Munaiev, comandante do Batalhão Dudayev, explica que esta missão na Ucrânia
visa prestar homenagem ao “mártir” Oleksander Muzychko, militante fascista que
morreu ao serviço do separatismo checheno. De acordo com a investigação do
cineasta polaco, estes batalhões islamitas são constituídos essencialmente por
chechenos, originários de outras zonas do Cáucaso, mas também por ucranianos,
porque o fascismo pode ter muitos rostos mas só uma prática, o terrorismo.
Acontece que essa prática levanta muitas interrogações
quanto aos que dela se servem. Que sentido faz a alegada guerra que Washington
diz estar a fazer contra o ISIS na Síria e no Iraque? Será que o Comando
Supremo Aliado da NATO na Europa, que acaba de pedir mais tropas e mais
material de guerra para a Ucrânia na previsão de novo reforço da “ameaça russa”,
tem conhecimento de que está a comandar o ISIS através do regime instaurado em
Kiev?
Não esperemos respostas. Estes generais do Pentágono
não são homens de palavras, privilegiam a acção. E olham pouco para quem os
serve, porque se guiam pelo princípio sacrossanto de que os fins justificam os
meios.
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