Olhemos para
a Europa de hoje.
Estado de emergência
em França pelo menos durante três meses, no país onde a privacidade dos
cidadãos deixou de ser um direito fundamental e o chefe de Estado pretende
alterar a Constituição invocando a versão mais recente da chamada “guerra
contra o terrorismo”, formulação de péssima memória.
Instauração
de comportamentos próprios de Estados policiais em vários países da União
Europeia, assim se informando os terroristas de que os seus objectivos de
intimidação se estendem bem para lá dos atentados, instalando-se pela coacção
psicológica e através da atemorização imposta pelos meios ditos de resposta,
estratégia em que o comportamento da comunicação oficial alinhada nada tem de
inocente.
Reforço das
tendências xenófobas, racistas e persecutórias contra minorias, cada vez mais
agravadas, e a ritmo exponencial, pela chegada massiva de refugiados e o modo
como é encarada pelos governos e respectivos megafones. Vaga de refugiados que
chega dos países artificialmente desmantelados com a colaboração de dirigentes
europeus e de onde brota também o terrorismo.
Multiplicação
de muros e barreiras através do espaço europeu como parte do combate aos
refugiados e reforço dos controlos de fronteiras ao compasso da falsa dicotomia
entre segurança e serviços de espionagem, absolutizados estes em sintonia com
os venenosos sound-bites que pregam a necessidade de um big brother para
garantir “o nosso civilizado modo de vida”.
Institucionalização
do revanchismo nazi com a cumplicidade da NATO, o que é evidente em países como
a Estónia, a Letónia, a Ucrânia – onde o regime foi instalado com a
cumplicidade da União Europeia – Hungria, Polónia, Eslováquia, Bósnia, Croácia,
território do Kosovo, a par de ameaças concretas de se tornar poder em países
como a França.
Desagregação
irreversível da União Europeia, enredada na teia de erros impostos
arbitrariamente para combater erros, tudo em defesa do austeritário
neoliberalismo, da ditadura financeira e de uma moeda cruel num cenário
generalizado de catástrofe social que as desumanas políticas governamentais
aprofundam.
A lista de
factos poderia continuar e está na mente e nas reais inquietações dos cidadãos.
Esta é a Europa que temos, nas mãos de irresponsáveis insensíveis, robots
tecnocráticos cujas políticas militaristas e de agressão, com recurso
comprovado ao terrorismo, estão na origem do ricochete que vitima civis
inocentes já de si inquietos com as limitações à sobrevivência num duro
dia-a-dia.
Muitos dos
poucos que conhecem a “teoria do caos” idealizada nos anos setenta pelo lobista
israelita de nacionalidade norte-americana Leo Strauss, depois recriada e
aplicada por Paul Wolfowitz, Cheney, Powell, Rumsfeld e outros membros do gang
neoconservador, consideram-na o suprassumo da “teoria da conspiração”.
Acham
irrelevante que Wolfowitz seja igualmente um lobista israelita de nacionalidade
norte-americana; omitem que ele mesmo, como membro da administração Bush filho,
ajudou a criar as condições para a invasão e desmantelamento do Iraque; não
admitem que esta operação seja a fonte original do caos gerado no Médio Oriente,
escorrendo agora para a Europa enquanto os Estados Unidos se barricam contra as
consequências.
Recordando:
a “teoria do caos” estabelece que nenhuma potência mundial pode ter condições
para rivalizar com os Estados Unidos da América, devendo a União Europeia
manter-se sob o controlo político, económico e militar norte-americano. Nem
que, para tal, seja preciso nela instalar o caos.
No estado a
que as coisas chegaram, porém, o menos importante é concluir se estamos ou não
perante uma “teoria da conspiração”. Porque poucos terão dúvidas de que o caos desce
sobre a Europa perante uma União Europeia em agonia. Os dirigentes europeus
foram no engodo e, um após outro, engoliram todos os sucessivos iscos lançados
por Reagan, Bushes, Clintons, Obama e demais padrinhos de Washington que daí
lavam as suas mãos enquanto continuam a fingir que nada têm a ver com o Estado
Islâmico, a Al-Qaida, al-Nusra e outras comunidades de assassinos a soldo onde
também pode encontrar-se o dedo sangrento dos serviços secretos israelitas.
Mas as notícias que chegam dos EUA também falam de uma queda controlada iminente. Difícil perceber no cenário o que é miragem e o que não é. Até mesmo sobre a Rússia tenho cá comigo minhas suspeitas. Afinal, quem domina a economia russa? E a chinesa? O cerco está se apertando sobre a humanidade.
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