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domingo, 5 de abril de 2015




A FRAUDE DA GUERRA CONTRA O TERRORISMO

 
Nunca como hoje foram tão sonoras as vozes que proclamam uma guerra sem quartel contra o terrorismo, nunca foram tantas as guerras declaradas e desenvolvidas em nome do combate ao terrorismo e nunca, como hoje, foi tão florescente a actividade terrorista.

Há aqui qualquer coisa que não bate certo. Ou querem fazer de nós parvos ou a guerra contra o terrorismo, esse conceito inventado por George W. Bush com base em difamações e mentiras, é em si mesma um catalisador e parte integrante do terrorismo global.

O conceito de guerra contra o terrorismo foi lançado por George W. Bush na ressaca brutal dos atentados de 11 de Setembro de 2001, os quais permitiram e continuam a servir de pretexto para a imposição de estados de excepção, primeiro nos próprios Estados Unidos da América e depois onde os poderes que governam os Estados Unidos da América entendem que devem ser impostos, seja qual for o recanto do planeta.

Saber ao certo quem e o que esteve na origem do 11 de Setembro é missão impossível e sê-lo-á provavelmente para sempre, tal como decifrar o enigma do assassínio de JF Kennedy. Uma coisa é certa: as verdades oficiais já foram desmascaradas como contos da Carochinha, mas continuam a valor como realidades virtuais e paralelas, que servem, aliás, para praticar as maiores atrocidades por esse mundo fora em nome da guerra contra o terrorismo.

De uma coisa parece ninguém ter dúvidas, mesmo os autores das histórias da Carochinha. Antes de 11 de Setembro de 2001 o fenómeno terrorista não tinha o alcance global que tem hoje. E se nos restringirmos ao terrorismo que é apresentado como islâmico, o fenómeno apenas ganhou asas para voar com alguma consistência a partir do momento em que serviu de pretexto para criar “combatentes da liberdade” através dos quais Washington conduziu a guerra contra as tropas soviéticas no Afeganistão.

Essa é a génese do terrorismo islâmico como hoje o conhecemos. O próprio Hamas não foi, nas suas origens na final da década de oitenta do século passado, mais do que a radicalização de uma facção da Irmandade Muçulmana egípcia usada por Israel para dividir a resistência palestiniana, seguindo os figurinos adoptados anos antes pelos seus aliados norte-americanos no Afeganistão.

A Frente Islâmica de Salvação (FIS) na Argélia recebeu reforços decisivos dos terroristas desempregados do Afeganistão a seguir ao fim da União Soviética, por isso eram conhecidos como ”afegãos”, e a partir daí é o que se vê. As Al Qaidas e os Estados Islâmicos, conhecidos sob mil e uma designações onde quer que actuem, da Península Arábica até à África profunda, desenvolvem-se e proliferam quanto mais intensas são as promessas propagandísticas de combate ao terrorismo. Veja-se o estado em que se encontram o Iraque, o Egipto, a Síria, o Médio Oriente em geral, a Líbia, a Nigéria, o Mali, a República Centro Africana, o Bahrein, o Iémen e extraiam-se as conclusões. Todas estas situações são fruto da guerra contra o terrorismo desenvolvida pelos Estados Unidos da América e respectivo braço imperial, a NATO. Sem esquecer o ramo desta, o bando petromafioso que dá pelo nome de Conselho de Cooperação do Golfo, um alter-ego de um país terrorista, a Arábia Saudita, autor directo de sanguinárias chacinas no Bahrein e no Iémen, e financiador de várias outras, entre as quais avultam as da Síria e da Líbia.

É impossível, de facto, alcançar os prometidos resultados da guerra contra o terrorismo quendo o terrorismo e os que conduzem a dita guerra estão do mesmo lado da barricada enquanto, do outro, apenas conseguimos descortinar as vítimas indefesas. 

 

2 comentários:

  1. Só faltou falar das ligações ao comércio de armas proveniente dos EUA.

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  2. Raisparta o iphone, foi tudo ao ar! Escrevi que ainda que não concordando totalmente, li-te vendo uma verdade ou uma realidade. Vivemos um jornalismo preguiçoso, dominado pela pressa e em que todos copiam todos. Opinadores tépidos há muitos e muito mais entretenimento informativo, com programas de intelectuais da bola 9 dias por semana. O grave é a preguiça de pensar, a cama quente do horário das nove às cinco, e de ler para saber. O que esperas? Viva quem tem memória e pensamento. Abraço

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