Orifícios de metralhadora de um caça Sukhoi no assento do piloto do MH 17
Passou mais de um ano e os familiares das 298 vítimas
mortais do derrube na Ucrânia do avião da Malaysian Airlines que fazia o voo
MH17 continuam sem saber o que realmente se passou no dia 17 de Julho de 2014.
A gravidade das circunstâncias vai muito além do simples desconhecimento,
porque um pacto secreto estabelecido entre as potências encarregadas de fazer o
inquérito oficial impediu as famílias das vítimas, incluindo a do piloto Wuan
Amran, de observarem os cadáveres. A mulher de Amran relatou, em entrevista,
que foi obrigada a identificar o corpo através de fotografia e recebeu ordens
estritas do governo da Malásia para não abrir o caixão, apesar de o cadáver
estar aparentemente intacto.
Que escondem os cadáveres das vítimas, designadamente o do
piloto, que poderá ser chocante para os familiares e, por extensão, para a opinião
pública mundial? Em muitos casos tal medida será mais do que justificada devido
ao estado em que ficaram os corpos de numerosos passageiros; mas quanto ao de
Wuan Amran, tendo em conta a fotografia mostrada à viúva e as informações que
lhe foram prestadas por quem tratou o corpo, não existem razões para que a
tradição e os desejos da família não fossem respeitados.
Conjugue-se esta medida com outros factos que têm vindo a
ser recolhidos por entidades e personalidades independentes – isto é, que não
tenham nada a ver com as imposições dos governos da Holanda e o da Ucrânia
sediado em Kiev – e não será difícil perceber duas coisas: a manipulação dos
dados do inquérito oficial para que seja apresentada uma versão final
coincidente com as especulações iniciais emanadas de Washington, Kiev e Haia –
culpando a Rússia e os russófonos do Leste da Ucrânia -; e a marginalização
ostensiva das provas que têm vindo a ser reunidas pelos sectores independentes.
Entre as provas ignoradas pela comissão oficial, formada
pelos governos da Holanda, Bélgica, Austrália e da Ucrânia (neste caso as
correntes nazis resultados do golpe de 2014), incluem-se as mais esclarecedoras
de todas: as que testemunham o derrube do avião civil por pelo menos um caça
Sukhoi ucraniano que, segundo fontes diferentes e em momentos distintos da
tragédia, foi referenciado junto ao aparelho abatido. Tal circunstância é
comprovada pelos orifícios redondos nos restos da fuselagem do MH 17 – e agora
também descobertos no assento do piloto Wuan Amran –, pelo relato de um
controlador aéreo feito instantes depois do derrube e, mais recentemente, por
um filme divulgado na Austrália por uma cadeia do grupo Murdoch (insuspeito
neste caso) revelando a existência, entre os escombros, de restos não apenas do
MH 17 mas também de um caça Sukhoi, este abatido pelos “rebeldes” ucranianos.
As opiniões dos peritos independentes relacionadas com os orifícios nos restos
da fuselagem e no assento do piloto são coincidentes: resultam de disparos de
um caça e são incompatíveis com a versão inicial atribuindo a tragédia ao
lançamento de um míssil.
Pode argumentar-se que o recente veto da Rússia à formação
de um “tribunal” da ONU para este crime fragiliza a argumentação de Moscovo
quando proclama inocência. A propósito, é importante associar-lhe uma faceta do
caso omitida pela comunicação social sintonizada com as versões dos fascistas
de Kiev: o mecanismo pretendido através da constituição do citado “tribunal”
mais não seria do que a transposição do comportamento da comissão existente
para o âmbito das Nações Unidas. Sendo que esta comissão funciona segundo um
regimento absurdo: secretismo total dos seus membros e a garantia de que o
governo fascista de Kiev tem veto sobre qualquer conclusão que venha a ser
apurada para divulgação e que não esteja de acordo com as suas versões dos
acontecimentos. A própria Malásia só foi admitida nessa comissão depois de ter
subscrito o pacto secreto de silêncio e de submissão ao parecer final de Kiev.
Nesse pacto inclui-se o relatório do médico legista holandês sobre a autópsia
efetuada ao piloto Wuan Amran.
É fácil perceber porque este é um caso onde se escondem
cadáveres e se descartam provas. Tão fácil como perceber como os direitos
humanos e o direito internacional são tratados pelos que se proclamam paladinos
dos direitos humanos e do direito internacional.
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